Assembleia Municipal de Salvaterra de
Magos
25 Abril de
2012
Senhor Presidente
da Assembleia Municipal
Senhora
Presidente da Câmara Municipal
Senhoras e
Senhores Deputados Municipais
Senhora e
Senhores Vereadores
Munícipes
Ao estado a que
chegamos! Ao estado a que chegamos!
Salgueiro Maia há
trinta e oito anos foi muito claro para os seus homens…
"Meus
senhores, como todos sabem, há diversas modalidades de Estado. Os estados
sociais, os corporativos e o estado a que chegámos. Ora, nesta noite solene,
vamos acabar com o estado a que chegámos! De maneira que, quem quiser vir
comigo, vamos para Lisboa e acabamos com isto. Quem for voluntário, sai e forma.
Quem não quiser sair, fica aqui!"
O estado a que
chegámos leva-nos hoje, não a prestar homenagem a nenhum capitão de abril, mas
sim a homenagear os mais de quatro mil presidentes de junta, em especial aos
presidentes de junta do nosso concelho representantes de todos os munícipes do
concelho.
Só quem não
conhece o País real pode tratar os presidentes de junta (e neles todos os
portugueses) com a falta de respeito que têm sido tratados.
Decidir,
pressupõe conhecimento, determinação, capacidade de planeamento e de acção.
Pressupõe definir os destinatários das políticas públicas, propor objectivos,
proceder à sua implementação e avaliar em que medida estes objectivos foram
atingidos, mas acima de tudo, pressupõe trabalhar para as pessoas e em função
delas.
Trabalhar para as
pessoas, não passa hoje de simples retórica na boca dos decisores, para ser mais
concreto, desta direita que nos desgoverna, pior... que nos governa de forma
desastrosa, diria mesmo... ruinosa, porque este desgoverno não é ausência do
mesmo, mas um governo que nos leva pelo principio do fim...! Passou a valer
tudo, custe o que custar! O estado a que chegámos hoje é este! …vale tudo, custe
o que custar!
Trinta e oito
anos depois (com as devidas comparações) chegámos novamente ao ponto a que
chegámos!
O ponto a que
chegámos, não deixa espaço para rodeios! Daqui dizemos à direita que nos
governa, ou melhor desgoverna, que chega! Basta! Mas também dizemos à esquerda
que se opõem a nós que não nos enganámos no adversário! Assumimos todas as
nossas responsabilidades, todas! A começar pelas decisões menos corretas.
Honramos o nosso
passado e não nos enganámos no adversário!
A direita hoje
ajusta contas com o 25 de Abril (desmantelando o estado social, destruindo o
serviço nacional de saúde, a escola pública e o sistema de segurança social) e a
esquerda mais à esquerda, continua a ajustar contas com o PS.
Só resistindo
àqueles que nos dizem que só há um caminho, estaremos a trabalhar para as
pessoas. Há um outro caminho, há sempre um outro caminho...ou haverá sempre "o"
caminho!
O contexto de
hoje é outro, mas uma certeza tenho “o povo unido jamais será
vencido”, “que mesmo na noite mais triste/em tempo de servidão/há
sempre alguém que resiste/há sempre alguém que diz não” ao estado a que
chegámos!
Porque o dia de
hoje não é de felicidade, mas sim de tristeza…porque Abril não é a mesma coisa
sem os Capitães, sem Soares e Alegre…
Termino com as
palavras dos Capitães (da Associação 25 de Abril)…
Neste momento
difícil para Portugal, queremos, pois:
1. Reafirmar a
nossa convicção quanto à vitória futura, mesmo que sofrida, dos valores de Abril
no quadro de uma alternativa política, económica, social e cultural que
corresponda aos anseios profundos do Povo português e à consolidação e
perenidade da Pátria portuguesa.
2. Apelar ao
Povo português e a todas as suas expressões organizadas para que se mobilizem e
ajam, em unidade patriótica, para salvar Portugal, a liberdade, a
democracia.
Viva
Portugal!
O deputado
municipal
(líder da bancada socialista na Assembleia Municipal)
(Nuno Mário
Antão)